Como evitar o refluxo gastroesofágico?
quarta-feira, 19 mai 2021Só quem já teve refluxo sabe o desconforto e a sensação desagradável que ele pode trazer. Quando a “queimação” acontece, o primeiro pensamento é tentar resolver e acabar com os sintomas, mas depois você começa a pensar o que você fez ou comeu que te levou a tê-los.
Acontece que muitos fatores podem desencadear o refluxo, mas algumas atitudes podem ajudar a evitá-lo para que você não tenha mais que passar por essa situação com tanta frequência.
Primeiro, vamos entender o que é o refluxo gastroesofágico:
Quando você come, o esôfago – tubo que liga a boca ao estômago – se contrai de forma sequencial para levar os alimentos até o estômago. No final desse “caminho” existe um músculo circular, chamado esfíncter esofágico inferior, que relaxa para permitir a passagem desses alimentos. Em seguida, ele se fecha para evitar a passagem do conteúdo do estômago de volta para o esôfago.
O refluxo acontece quando alguma anormalidade nesses movimentos, defeitos na estrutura ou no funcionamento desse músculo, façam com que o ácido do estômago passe para o esôfago.
A ocorrência e intensidade dos sintomas relacionados com o refluxo é variável de pessoa para pessoa e depende do número e duração dos episódios de refluxo.
Geralmente, os sintomas se apresentam com acidez – a famosa azia - e desconforto na boca do estômago. Em casos mais graves, a pessoa pode sentir o líquido refluindo até a garganta, apresentando pigarro e até mesmo rouquidão e sinusite.
Afinal, como evitar que isso aconteça?
É comum que os sintomas do refluxo surjam depois da ingestão de alguns alimentos, bebidas alcoólicas e de fumar. Além disso, outros hábitos também podem desencadear ou piorar esses sintomas. Por esse motivo, o tratamento para evitar o refluxo depende muito das suas atitudes.
Além de seguir as orientações do seu médico com relação a medicações ou, em alguns casos, indicação de cirurgia, algumas mudanças de hábitos também são recomendadas.
Comer em menores quantidades a cada 2 ou 3 horas;
Aumentar o consumo de frutas e legumes;
Aumentar o consumo de alimentos integrais, ricos em fibras;
Preferir carnes magras, peixes e leite e seus derivados desnatados;
Evitar beber líquidos durante as refeições;
Evitar comer de 2 a 3 horas antes de se deitar;
Fazer as refeições devagar e mastigar bem os alimentos;
Evitar deitar ou fazer exercícios logo após as refeições;
Beber chá de camomila, pois ele acalma o intestino e o estômago;
Perder peso ou impedir ganho adicional;
Evitar roupas apertadas;
Elevar a cabeceira da cama (cerca de 15cm).
Outro ponto importante é entender o que comer. Os alimentos que geram “gatilhos” para o refluxo podem variar de pessoa para pessoa, mas, em geral, alguns alimentos devem ser evitados:
Gordura: frituras, carnes vermelhas, salsicha, linguiça e bacon, pois o excesso de gordura faz com que a comida fique mais tempo no estômago, aumentando a chance de refluxo;
Cafeína: café, chás e chocolate, pois estimulam a produção de suco gástrico, favorecendo o refluxo;
Bebidas alcoólicas: irritam a mucosa gástrica e aumentam o refluxo;
Bebidas gaseificadas: refrigerantes e água com gás, pois aumentam a pressão dentro do estômago;
Pimenta: irrita a mucosa gástrica e aumenta a acidez;
Carboidratos simples: farinha, macarrão e pão, pois diminuem a força do esfíncter que fecha a passagem entre o estômago e o esôfago.
Outros pontos importantes para prestar atenção é identificar os fatores de risco, evitar aqueles que dependem do seu comportamento e prestar atenção naqueles que você não pode controlar:
- Hérnia do hiato;
- Obesidade;
- Gravidez ou tratamento com estrogéneos;
- Tabagismo;
- Diabetes;
- Diminuição da saliva – A saliva tem um pH alcalino que ajuda a neutralizar e a limpar o ácido do esófago, reduzindo a probabilidade de haver inflamação da mucosa provocada pelo ácido;
- Doenças do tecido conjuntivo e doenças que aumentem a secreção de ácido no estômago.
Se não for tratado, o refluxo, principalmente quando associado à bebida alcoólica, drogas ou cigarro podem causar irritações graves na garganta, levando ao aparecimento de feridas nas cordas vocais e podendo até mesmo transformar-se em um câncer.
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