Voltar para o topo

Hipertensão e diabetes: inimigos silenciosos dos rins

Provavelmente, você já deve ter ouvido falar sobre a importância de tomar água, afinal isso “faz bem para os rins”, não é mesmo!? Além de administrar a água em nosso corpo, os rins são responsáveis por muitas outras funções. 

Na verdade, a água que ingerimos facilita o trabalho dos rins, que possuem quatro funções importantíssimas em nosso organismo. São elas: eliminar toxinas do sangue; regular a formação do sangue e dos ossos; controlar o balanço químico e de líquidos do corpo; e regular a pressão sanguínea. 

Portanto, tomar pouca água pode comprometer a realização dessas funções renais em nosso organismo e trazer consequências graves em alguns casos, como a formação de cálculos renais - o que não é segredo para ninguém. 

Nem todos têm conhecimento de que doenças como hipertensão e diabetes também atuam de forma silenciosa, como verdadeiros inimigos dos rins, prejudicando o seu funcionamento e aumentando, inclusive, os riscos de Doença Renal Crônica (DRC). 

Riscos de Doença Renal Crônica por Diabetes e Hipertensão 

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, diabetes e hipertensão arterial são as causas mais comuns de Doença Renal Crônica (DRC). Essa doença é caracterizada pela perda lenta, gradual e irreversível das funções renais. A DRC acontece, geralmente, de forma silenciosa, o que significa que seus sinais ou sintomas não serão notados facilmente, sobretudo no início.  

DIABETES 

Se não for controlado, o diabetes acabará afetando diversas partes do corpo, dentre elas os rins, que reduzirão sua capacidade de limpar o sangue adequadamente, podendo causar o acúmulo de resíduos no sangue, por exemplo. 

O diabetes não controlado danifica os vasos sanguíneos dos rins, podendo levar até uma Insuficiência Renal Crônica (IRC), um estágio mais avançado da Doença Renal Crônica, quando já é necessário fazer diálise ou transplante renal. 

Por meio de pesquisas realizadas por Silva et al (2021), há uma estreita relação entre a Diabetes e o surgimento da Doença renal em adultos, considerando que as alterações no organismo derivadas da hiperglicemia provocam lesões nas estruturas do sistema renal. 

De acordo com a National Kidney Foundation, cerca de 1/3 das pessoas com Diabetes podem eventualmente desenvolver Doença Renal Crônica (IRC). Alguns grupos podem ter um risco maior de apresentar essa complicação, como: os afro-americanos, americanos de origem asiática, hispano-americanos e índios americanos. 

HIPERTENSÃO 

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) comumente está associada a alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos, como: coração, vasos sanguíneos, rins e encéfalo.  

Não é à toa que a hipertensão arterial é a segunda maior causa no mundo de Doença renal crônica estágio 5, o que é perceptível em pesquisas realizadas com pacientes. Por exemplo, na pesquisa de Pinho et al. (2015), dos 386 pacientes avaliados, 59,3% eram hipertensos e destes 37,5% tinham Doença Renal Crônica. 

Conforme o Report of the Brazilian Chronic Dialysis Census 2012, enquanto o Diabetes corresponde à principal causa isolada para DRC terminal em diversos países, a Hipertensão Arterial é a mais frequente no Brasil, tendo sido identificada em 34% dos pacientes em diálise. 

Cuidados e prevenção  

Para quem não possui diagnóstico de Diabetes e/ou Hipertensão Arterial, os cuidados são para evitar tanto o surgimento dessas doenças quanto da Doença Renal Crônica, por exemplo: alimentação balanceada, prática de exercícios físicos regularmente e ingestão de quantidades adequadas de água.  

Agora, quem já possui Diabetes e/ou Hipertensão Arterial, além desses cuidados gerais, alguns cuidados mais específicos deverão ser realizados, atentando-se principalmente ao controle dos sintomas próprios de cada uma dessas doenças.  

Pessoas com Hipertensão deverão controlar a pressão arterial, pois há fortes evidências de que isso pode diminuir a velocidade da progressão da perda de função renal. 

No caso do Diabetes, indica-se o controle dos níveis de açúcar no sangue, a fim de evitar efeitos deletérios significativos na função renal. No fim, em todos os casos, o melhor sempre é buscar acompanhamento médico especializado.  

 

 

 

 

Fontes: 
  1. Sociedade Brasileira de Nefrologia: https://www.sbn.org.br/o-que-e-nefrologia/compreendendo-os-rins/ 
  1. National Kidney Foundation: https://www.kidney.org/sites/default/files/docs/11-10-1203_kai_patbro_diabetesckd_1-4_pharmanet_portuguese_nov08_lr.pdf
  2. Sociedade Brasileira de Nefrologia:https://www.sbn.org.br/noticias/single/news/doenca-renal-cronica-diagnostico-e-prevencao/ 
  1. Brazilian Journal Health Review:https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/download/26795/21210 
  1. Universidade Federal de Minas:https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4015.pdf 
  1. Revista da Escola de Enfermagem da USP:https://www.scielo.br/j/reeusp/a/KhcZm5XyRHCqSztJx4s6Ldh/?lang=pt 
  1. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20140501_180830.pdf 
BR-17330. Material destinado a todos os públicos. Jun/2022