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Você sabe qual a relação entre atividade física e refluxo?

 

Refluxo e exercício físico: será que a prática de atividades física provoca o refluxo ou ajuda no tratamento da doença?

Que a atividade física é essencial para um dia a dia mais saudável e com mais qualidade de vida você provavelmente já sabe. Agora, você sabia que ela pode ter efeitos – positivos e negativos – para o aparelho gastroesofágico?

Para as pessoas que convivem com o refluxo gastroesofágico, encontrar uma rotina de atividades físicas que não gere desconforto pode ser um grande desafio. Mesmo que a sua execução não esteja diretamente relacionada com o trato digestivo, elas podem ser um fator desencadeante de sintomas do refluxo.

Estudos apontam 3 possíveis explicações do porquê isso acontece, o mais comum está relacionado com o aumento da pressão abdominal.

Isso acontece, pois, ao praticar exercício físico aumentamos a pressão abdominal e, consequentemente, a pressão gástrica. Dessa forma, aumenta-se, também, o risco de ocorrência de refluxo gástrico. [5]

Porém, é importante ressaltar que a atividade física pode, sim, ser aliada do tratamento da doença do refluxo gastroesofágico.

Por esse motivo, o FazBem trouxe informações importantes que vão ajudar você a entender melhor como as atividades físicas afetam o aparelho gastrointestinal e o refluxo, além de orientações para evitar sintomas e desconforto.

Confira!

Atividade física e o aparelho gastrointestinal

A partir do início da década de 80, vários pesquisadores começaram a investigar os efeitos das atividades físicas sobre o aparelho gastrointestinal, focando, principalmente, nos sintomas ruins que elas poderiam causar [1].

A forma como o exercício físico influencia a ocorrência do refluxo gastroesofágico (DRGE), ainda não está clara. Três possíveis mecanismos, são sugeridos por trabalhos anteriores:

  • Distúrbios motores gastroesofágicos resultantes da redução do fluxo sanguíneo mesentérico; [7,8]
  • Alterações endocrinometabólicas;[7]
  • Aumento da pressão abdominal própria de algumas atividades físicas. [9]

Alguns estudos experimentais sugerem ainda que o refluxo gastroesofágico pode estar aumentado em atletas devido alterações da secreção hormonal; mudanças na função motora do esôfago e do ventrículo; e a posição corporal restrita durante o exercício. [6]

Esses estudos demostraram que, dependendo da intensidade da atividade física realizada, sintomas relacionados com o trato digestivo superior (pirose, regurgitação, eructação) são comuns, estando presente em até 58% dos casos. [5]

Mas é importante lembrar que, caso a pessoa pratique exercícios físicos e venha ter um episódio de refluxo, ela pode apresentar quaisquer dos sintomas mais comuns da doença, sendo eles:

  • Azia;
  • Pirose;
  • Queimação no esôfago ou peito;
  • Refluxo de ácido ou comida;
  • Queimadura na garganta, tosse.

Os estudos não identificaram só informações ruins sobre a prática de exercícios físicos e o refluxo.

Nos últimos anos, esse interesse mudou e agora um foco maior tem sido dado para os potenciais benefícios do exercício sobre o trato gastrointestinal, como a diminuição da prevalência de câncer de cólon e da constipação [1].

Deu para perceber que o papel da atividade física com relação a esse importante sistema do nosso corpo é intrigante, não é? Mas onde o refluxo entra nessa história?

Falando sobre a doença do refluxo gastroesofágico

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) afeta de 12% A é 20% da população brasileira, que equivale em média 43 milhões segundo a Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia. [09]

Se você está entre esse grande número de pessoas que convive com a DRGE, sabe o impacto negativo que ela tem na qualidade de vida, além do desgaste que pode trazer ao dia a dia: azia, queimação e regurgitação ocorrem quando você come ou bebe algo que desencadeia esses sintomas.

Muitas vezes, você sabe que aquele alimento ou bebida trará os sintomas, mas continua comendo aquela comida deliciosa, decidindo que lidará com as consequências mais tarde. Acontece que outros gatilhos, além dos alimentos e bebidas, podem piorar o refluxo ou ajudar a aliviar seus sintomas. Um deles é a atividade física.

Atividade física e refluxo gastroesofágico

Vimos que alguns estudos apontam que a atividade física intensa é conhecida por desencadear sintomas de refluxo, mas, em geral, essa prática tem muitos efeitos positivos na saúde.

É importante ressaltar que a atividade física não tem uma relação direta com a prevenção do refluxo, mas com os fatores de risco que podem ocasionar o refluxo como é o caso da obesidade.

Outro fator que possui a relação com a atividade física é que exercícios aeróbicos fazem bem para a digestão [3,11]

Os exercícios aeróbicos são os mais indicados para quem deseja melhorar a digestão. A prática de atividades como caminhada, natação, spinning, entre outras, ajuda a fortalecer os músculos do estômago, o que auxilia na prevenção de doenças gastrointestinais. [3,11]

É inegável o bem que atividades físicas fazem para o corpo e para mente. Por isso, a prática também é recomendada para pessoas que possuem refluxo devido o bem que ela faz para a saúde como um todo.

Lembre-se que os episódios de refluxo parecem estar associados à duração e à intensidade da atividade física realizada. Fazer atividades com pouca intensidade e recomendadas pelo médico pode contribuir para a sua saúde sem desencadear episódios de refluxo.

Tipos específicos de exercícios podem ter impactos significativamente diferentes no refluxo gastroesofágico: normalmente, se o treino incluir abdominais ou exercícios de alto impacto, o refluxo pode piorar. Qualquer coisa que faça com que você erga coisas pesadas, dobre de uma certa maneira ou segure uma posição por muito tempo pode, na verdade, ser um gatilho para o refluxo. (3)

Atenção! Não pare de se exercitar só porque seus exercícios parecem desencadear o refluxo. Converse com seu médico ou profissional de educação física para encontrar o tipo adequado de exercício para você e descobrir o que você pode estar fazendo de errado para agravar os sintomas.

Muitas vezes, ajustes da carga de exercícios e evitar refeições e bebidas antes do esforço físico podem amenizar os sintomas.

Como evitar os sintomas do refluxo ao realizar atividades físicas?


Atitudes que influenciam nos sintomas do refluxo durante o exercício:

  • Evitar exercícios dentro de duas horas após comer;
  • Descobrir e evitar seus gatilhos normais de refluxo alimentar;
  • Fazer uma refeição saudável duas horas antes de se exercitar;
  • Beber água enquanto faz exercício para manter-se hidratado e ajudar na digestão;
  • Manter o seu tratamento regularmente conforme orientação médica.

Além de manter os hábitos saudáveis e observar as atitudes citadas acima, é importante estar atento aos gatilhos que desencadeiam os sintomas de refluxo, adequar sua rotina de atividades físicas, alimentação e outros hábitos sempre seguindo as orientações médicas.

Se você está começando a ser mais ativo agora, preste atenção e tome nota de como os diferentes tipos de rotinas de treino pode afetar o refluxo gastroesofágico. Uma boa dica é manter um diário em que você possa registrar o que comeu antes de se exercitar e quais medicamentos você tomou.

Assim, você pode ver um padrão e compartilhar essa informação com o seu médico para que, juntos, vocês possam encontrar uma opção de tratamento mais adequada.

Apesar de todos os cuidados necessários, a atividade física consistente é a chave para manter a qualidade de vida e reduzir os sintomas do refluxo.

Vamos falar sobre saúde? Veja aqui mais conteúdos sobre como conviver melhor com a doença do refluxo gastroesofágico.

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Referências:
  1. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922008000100012#:~:text=O%20exerc%C3%ADcio%20aer%C3%B3bio%20intenso%20e,intestinais%20e%20vontade%20de%20defecar
  2. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3406423/
  3. https://dighealth.org/blog/how-exercising-can-relieve-your-acid-reflux/#:~:text=More%20moderate%20and%20low%20impact,both%20GERD%20and%20acid%20reflux.
  4. Jozkow, P., Wasko-Czopnik, D., Medras, M. et al.Gastroesophageal Reflux Disease and Physical Activity. Sports Med 36, 385–391 (2006). https://doi.org/10.2165/00007256-200636050-00002
  5. https://www.scielo.br/pdf/abcd/v27n1/pt_0102-6720-abcd-27-01-00003.pdf 
  6. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16646627/
  7. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-67202014000100003 
  8. https://link.springer.com/article/10.1007/BF02090082
  9. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15307855/
  10. http://www.sbmdn.org.br/doenca-do-refluxo-gastroesofagico-drge/ 
  11. https://www.programafazbem.com.br/Gastroesofagico/Artigo/256
    BR-12611. Material destinado a pacientes. Maio/2021