Alimentação e doença renal crônica: O que comer

Como a alimentação pode ajudar no controle da doença renal crônica

A doença renal crônica (DRC) é uma condição caracterizada por alterações estruturais ou funcionais nos rins que persistem por mais de três meses e impactam diretamente a saúde.1 É uma enfermidade de evolução lenta e, muitas vezes, silenciosa, o que torna o diagnóstico precoce e o acompanhamento contínuo fundamentais.¹

Entre as principais causas da DRC estão a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, que, quando não controlados, podem comprometer gradualmente a função renal.¹ À medida que a taxa de filtração glomerular (TFG) diminui, aumentam os riscos de complicações cardiovasculares e da necessidade de terapias substitutivas, como hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal.¹

Por outro lado, quando identificada precocemente e acompanhada de cuidados adequados - como o controle dos fatores de risco e uma alimentação equilibrada -, é possível retardar a progressão da doença, preservar a função dos rins e melhorar a qualidade de vida.¹

A alimentação adequada tem papel essencial nesse processo,2 e é sobre isso que falaremos neste artigo. Acompanhe!

Por que a alimentação é tão importante para quem tem DRC?

Os rins ajudam a manter o equilíbrio adequado de nutrientes e minerais no corpo. No entanto, quando há doença renal, eles podem não desempenhar essa função tão bem. Por isso, pode ser necessário fazer algumas mudanças na alimentação.^3,4

Porém, vale ressaltar que qualquer tipo de dieta só pode ser calculada e orientada por um nutricionista. Ou seja: não existe um único plano alimentar correto para todas as pessoas com doença renal.^3,4

Se você já segue um plano alimentar para diabetes ou doença cardíaca, por exemplo, deverá continuar seguindo. Afinal, o que faz bem para o seu coração e para o controle do diabetes também faz bem para os seus rins. Porém, um nutricionista especializado em doença renal pode ajudar a combinar esses planos alimentares com mais eficácia.³

- Veja também: Por que os rins são importantes e como cuidar deles?

Também, vale lembrar que existem dois tipos principais da doença de Raynaud:⁴

Alimentos que ajudam a proteger os rins

Quando o paciente tem doença renal crônica, o rim não consegue eliminar adequadamente os restos dos alimentos digeridos. Nessa situação, deve-se ter uma orientação quanto à alimentação, que deve ter certos cuidados.4 Abaixo falaremos um pouco mais sobre isso.

Fontes de proteínas adequadas

As proteínas de origem vegetal, como as encontradas em feijões e oleaginosas (nozes, castanhas), são mais leves para os rins do que as proteínas de origem animal, como as das carnes e dos laticínios.³

Consumir grandes quantidades de proteína pode sobrecarregar os rins. Por outro lado, se a ingestão de proteína for muito baixa, pode haver perda de massa muscular, fraqueza e aumento da carga ácida no corpo. Por isso, é essencial consumir a quantidade adequada de proteína todos os dias.³

A quantidade ideal de proteína varia de acordo com peso, idade (crianças, adolescentes em crescimento e pessoas idosas costumam precisar de mais proteína), quantidade de proteína presente na urina e o tipo de doença renal.

O nutricionista ou o profissional de saúde poderá orientar qual é a quantidade adequada de proteína para cada paciente.³

Frutas e vegetais indicados

Caso tenha hiperpotassemia ou risco de ter, de acordo com a orientação do seu médico e/ou nutricionista, opte por alimentos com baixo teor de potássio, como:²

• Abacaxi

• Acerola

• Ameixa fresca

• Banana maçã

• Caju

• Caqui

• Jabuticaba

• Laranja lima

• Lima da pérsia

• Limão

• Maçã

• Manga

• Melancia

• Morango

• Pera

• Pêssego

• Pitanga

Verduras

• Alface

• Agrião

• Almeirão

• Cenoura

• Escarola

• Pepino

• Pimentão

• Repolho

Legumes (apresentam baixo teor de potássio se cozidos em água fervente e desprezando a água da fervura)

• Abóbora

• Abobrinha

• Acelga

• Batata

• Berinjela

• Beterraba

• Brócolis

• Chuchu

• Couve-flor

• Couve-manteiga

• Espinafre

• Mandioca

• Mandioquinha

• Quiabo

• Vagem

Além disso, proibido o consumo de carambola, já que a fruta contém uma substância tóxica para os portadores de doença renal.⁴

O que evitar na dieta renal

Pessoas com doença renal crônica podem precisar controlar a quantidade ou o tipo de um ou mais nutrientes, como:^3,5

• Sódio;

• Potássio;

• Fósforo;

• Cálcio;

• Proteína.

Consumir a quantidade ou o tipo adequado de um ou mais desses nutrientes pode ajudar a controlar o acúmulo de resíduos e líquidos no sangue. Isso significa que os rins não precisarão trabalhar tanto para eliminar o excesso de substâncias e fluidos.³

Se a doença renal piorar, pode ser necessário restringir outros nutrientes também. Para isso, nutricionista (ou o profissional de saúde que acompanha o paciente) indicará essas orientações com base nos resultados dos exames.³

Alimentos ricos em sódio e fósforo

Os rins saudáveis controlam a quantidade de sódio presente no organismo. Então, quando eles não funcionam bem, o excesso de sódio pode causar acúmulo de líquidos, inchaço, aumento da pressão arterial e sobrecarga para o coração.^3,5

Já sobre o fósforo, à medida que a função renal diminui, ele pode começar a se acumular no sangue,^3,5 causando sintomas desagradáveis, como:^3,4

• Coceira intensa;

• Dores ósseas;

• Fragilidade dos ossos com possibilidades de fraturas ou deformidades;

• Arteriosclerose (enrijecimento das artérias);

• Doença cardiovascular;

• Acidentes vasculares cerebrais;

• Má circulação.

Dessa forma, para garantir a ingestão adequada de proteína, porém controle do fósforo, pode-se seguir algumas orientações, que consistem em evitar o consumo de:^3-5

• Queijos e demais laticínios;

• Miúdos (moela, fígado, coração, sarapatel, dobradinha, chouriço etc);

• Embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, salame, presunto etc);

• Oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes);

• Chocolates;

• Refrigerantes e cervejas;

• Frutos do mar;

• Peixes como: sardinha, atum, bacalhau e salmão;

• Gema de ovo.

Além dos cuidados com a alimentação, o controle do fósforo também pode ser feito com o uso de quelantes (medicações que impedem a absorção do fósforo), se necessário, conforme a indicação médica.⁴

Controle da ingestão de líquidos

A quantidade de líquidos que uma pessoa com doença renal crônica deve ingerir depende diretamente do volume de urina produzido ao longo do dia.^4,5

De modo geral, se o paciente ainda urina, a recomendação é somar 500 ml ao volume urinário total de 24 horas. Já para quem não urina, a ingestão deve ser limitada a cerca de 500 ml por dia.⁴

Durante o intervalo entre as sessões de diálise (chamado de intervalo interdialítico), o ganho de peso deve ficar entre 3% e 5% do peso seco. Por exemplo: para uma pessoa que pesa 70 kg, o ideal é que o aumento entre uma diálise e outra não ultrapasse 2,1 kg. Como regra prática, recomenda-se não ganhar mais de 2 kg entre sessões regulares e até 3 kg nos fins de semana.⁴

O excesso de líquidos pode causar acúmulo de água nos pulmões, falta de ar e aumento da pressão arterial, por isso o controle diário é essencial.⁴

Dicas práticas para manter uma alimentação equilibrada

• Atenção às calorias: pessoas com DRC podem evitar se alimentar por falta de apetite ou porque os alimentos e bebidas parecem ter um sabor diferente. Caso perceba que está comendo pouco, fale com um nutricionista ou profissional de saúde para garantir que está consumindo calorias suficientes - e que elas vêm de fontes nutritivas.⁵

• Prefira alimentos benéficos ao coração, incluindo frutas e vegetais em abundância.^4,5

• Faça suas refeições todos os dias, em horários regulares e em quantidades que saciem sua fome.⁴

• Cozinhe grelhando, assando, tostando, fritando com ar quente (airfryer) ou salteando - em vez de fritar por imersão.⁵

• Utilize spray antiaderente ou pequenas quantidades de azeite no lugar da manteiga.⁵

• Retire a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes de consumir.⁵

• Reduza a ingestão de gorduras saturadas e trans.⁵

• Modere o consumo de álcool.⁵

• Converse com seu nutricionista ou profissional de saúde sobre formas saudáveis de incluir gorduras boas na alimentação.⁵

Quando procurar orientação profissional

O ideal é reconhecer de forma precoce pessoas que têm maiores chances de desenvolver a DRC, fazendo o tratamento e controle dos fatores de risco, que incluem:⁶

• Hipertensão arterial sistêmica (HAS);

• Diabetes mellitus (DM);

• Obesidade;

• Tabagismo;

• Doença cardiovascular;

• Vasculopatia;

• Doença renal policística;

• Uropatia obstrutiva;

• Glomerulopatias primárias e secundárias;

• Neoplasias;

• Histórico familiar positivo para DRC;

• Dislipidemias.

Dessa forma, as principais orientações para prevenção e controle são:⁶

• Manter o controle da pressão arterial;

• Realizar o manejo adequado do diabetes e das dislipidemias;

• Cessar o tabagismo;

• Adotar hábitos alimentares adequados e saudáveis;

• Praticar atividade física regular.

Alimentação e acompanhamento: aliados do tratamento da doença renal crônica

Uma alimentação correta é essencial para o sucesso no tratamento da DRC. Para isso, é muito importante que o paciente esteja em acompanhamento com profissional especializado na área, garantindo o controle adequado da doença e uma melhor qualidade de vida.⁴

FAQ

BR-45880. Este material é de propriedade exclusiva da AstraZeneca Brasil. Material destinado ao público geral. Out/2025.

1. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Linhas de cuidado. Definição - Doença Renal Crônica (DRC) em adultos. Disponível em: https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/doenca-renal-cronica-(DRC)-em-adultos/definicao/. Acesso em: 22 out. 2025.

2. SILVA, Maria Inês Barreto; SADCOVITZ, Ângela Lerner; AVESANI, Carla Marla. Pouca Proteína & Muito Sabor - Receitas práticas para o paciente com doença renal crônica na fase não-dialítica. Sociedade Brasileira de Nefrologia, 2019. Disponível em: https://www.sbn.org.br/fileadmin/user_upload/sbn/2019/12/18/livro-receitas.pdf. Acesso em: 22 out. 2025.

3. NATIONAL KIDNEY FOUNDATION. Nutrition and Kidney Disease, Stages 1-5 (Not on Dialysis). 18 mar. 2024. Disponível em: https://www.kidney.org/kidney-topics/nutrition-and-kidney-disease-stages-1-5-not-dialysis. Acesso em: 22 out. 2025.

4. SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Tratamentos - Orientações Nutricionais. 4 set. 2023. Disponível em: https://sbn.org.br/publico/tratamentos/orientacoes-nutricionais/. Acesso em: 22 out. 2025.

5. NATIONAL INSTITUTE OF DIABETES AND DIGESTIVE AND KIDNEY DISEASES (NIH). Healthy Eating for Adults with Chronic Kidney Disease. Disponível em: https://www.niddk.nih.gov/health-information/kidney-disease/chronic-kidney-disease-ckd/healthy-eating-adults-chronic-kidney-disease. Acesso em: 22 out. 2025.

6. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Linhas de cuidado. Vigilância em saúde. Disponível em: https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/doenca-renal-cronica-(DRC)-em-adultos/unidade-de-atencao-primaria/vigilancia-saude/. Acesso em: 22 out. 2025.

7. NEPHCURE. Renal Diet. Disponível em: https://nephcure.org/managing-rkd/diet-and-nutrition/renal-diet/. Acesso em: 22 out. 2025.

8. BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. Ministério da Saúde. Vivendo bem com doenças renais: 11/3 - Dia Mundial do Rim. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/vivendo-bem-com-doencas-renais-11-3-dia-mundial-do-rim/. Acesso em: 22 out. 2025.