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Abandono vacinal e suas implicações

Desde o surgimento do PNI - Programa Nacional de Imunizações, em 1973, a prevenção de doenças ganhou uma nova perspectiva e a imunização se tornou parte da rotina de saúde da população do nosso país. 1

Apesar de sempre terem sido consideradas bem-sucedidas, as imunizações vêm trazendo divergências entre as pessoas sobre sua segurança e eficácia, aumentando as taxas de abandono vacinal. 1

Como já falamos, a vacinação foi importante para a erradicação e a prevenção de diversas doenças infecciosas, inclusive doenças que poderiam levar a sequelas graves e até à morte. 1 Falamos mais sobre isso no texto "Por que se vacinar sempre que precisar?"  e vale a pena ler para entender melhor.

O abandono vacinal em nosso país começou a aumentar a partir de 2018. De acordo com o DATASUS, entre 2018 e 2019, a cobertura vacinal caiu de 71.99% para 45.65%. Ainda de acordo com a análise feita, essa queda se dá pela escassez de informações, carência de acesso, crenças e movimentos antivacinas que presenciamos, especialmente, durante a campanha de imunização contra o coronavírus. 1

A informação é parte importante para que as pessoas entendam a importância da vacinação e da imunização coletiva. É aqui que decidimos entrar e fazer parte dessa corrente de informações!

A baixa cobertura vacinal

O Brasil já foi pioneiro na incorporação de diversas vacinas no calendário do sistema público, porém a taxa de cobertura, que foi sempre a nossa principal característica, vem caindo nos últimos anos, deixando especialistas e profissionais da área em alerta. 2

O sucesso do PNI pode ser uma das causas da queda da nossa cobertura vacinal. Isso pode acontecer porque as pessoas imunizadas pelo programa, que hoje estão na faixa dos 30 e 50 anos, não conviveram com muitas dessas doenças e, com o desaparecimento delas, podem não perceber tão bem a importância da imunização atualmente, segundo informações divulgadas no Conselho Nacional de Secretários de Saúde. 2

Uma das soluções possíveis é o acompanhamento dos agentes comunitários de saúde na cobertura vacinal nos bairros durante as ações de prevenção e promoção das vacinas, sempre alimentando as pessoas com informações frequentes para tornar a imunização mais consciente e eficiente no país. 2

Doenças emergentes e reemergentes

A doença emergente é o surgimento de um novo problema de saúde ou um novo agente infeccioso, que foi o cenário que vimos com a chegada do coronavírus. 3

Uma elevada letalidade dessa infecção já é motivo suficiente para o monitoramento frequente da circulação desse agente e do impacto que ele está causando nos humanos. 3

Em contrapartida, as doenças reemergentes são aquelas que já conhecemos e que, na maioria das vezes, já haviam sido controladas e voltam a ameaçar a saúde da população, que pode acontecer por causa do abandono vacinal.  3

Um caso que podemos citar é a poliomielite. O último caso dessa doença registrado no nosso país foi em 1989. Isso só aconteceu porque diversos países se esforçaram para erradicá-la. Foi em 1994 que a Organização Pan-americana de Saúde declarou a erradicação desse vírus nas Américas. 4

Para evitar que ela volte a circular em outro país ou continente é importante que exista uma vigilância constante e maior incentivo da cobertura vacinal em todos os países. 4

Formas de evitar o abandono vacinal

Manter o sistema de vigilância dessas doenças, seguindo protocolos de avaliação, é um dos pontos fundamentais para que isso não ocorra, já que é possível avaliar melhor a importação das doenças para o país e agindo o mais rápido possível para evitar sua disseminação. 4

Com o aumento do abandono vacinal na imunização de diversas doenças, milhares de pessoas correm risco de contrair um vírus há muito tempo não registrado. Com isso, os órgãos de saúde se uniram para promover uma ampla campanha de conscientização e incentivo para proteger a todos. Essa divulgação de informação não precisa se limitar apenas aos órgãos, mas também de pessoa para pessoa, geração para geração. 4

Esse texto é a prova de que a informação é importante e precisa ser compartilhada, por isso, não deixe de informar seus familiares e amigos sobre a importância da vacinação para cada um de nós, mas acima de tudo, para o mundo todo!

A vacinação é uma das intervenções de saúde pública com mais eficiência e entender que ela é confiável e necessária para que todos vivam bem é o primeiro passo para que o abandono vacinal volte a cair e as pessoas voltem a serem imunizadas. 4

Se quiser entender melhor sobre a segurança e eficácia das vacinas, dá um pulinho nesse texto: Segurança das Vacinas.docx

Acesse nossa aba de vacinas e encontre outros conteúdos dessa prática tão importante à nossa saúde. O FazBem é seu aliado em todos os momentos e queremos você sempre saudável e vivendo bem.

 

 

Referências:
  1. Bilibio Bruna, Pedro Edinês C., Neto Pedro A. N., Dombrowski Pablo E., Oliveira Júlia B. Análise epidemiológica acerca do abandono vacinal no Brasil em 2018 e 2019. Revista de APS [Internet]. 2020 [cited 2022 Oct 6]; 1-2. Available from: https://periodicos.ufjf.br/index.php/aps/article/view/33957/22739
  2. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. A queda da imunização no Brasil: Redução da cobertura vacinal no país é preocupante. Revista Consensus [Internet]. 2017 [cited 2022 Oct 6]; (25) Available from: https://www.conass.org.br/consensus/queda-da-imunizacao-brasil/.
  3. Bercini Marilina A., Paz Francisco A. Z. Doenças Emergentes e Reemergentes no Contexto da Saúde Pública [Artigo on the Internet]. [place unknown]: Escola de Saúde Pública Rio Grande do Sul; 2009. Doenças Emergentes e Reemergentes no Contexto da Saúde Pública: Redução da cobertura vacinal no país é preocupante; [cited 2022 Oct 6]; p. 6. Available from: http://www.boletimdasaude.rs.gov.br/conteudo/1441/doen%C3%A7as-emergentes-e-reemergentes-no-contexto-da-sa%C3%BAde-p%C3%BAblica-
  4. Dourado Péricles, Velasco Wisley, Santos Paulie, Vieira Luciana. PÓLIO: BAIXA COBERTURA VACINAL E O RISCO IMINENTE DE NOVAS INFECÇÕES [Internet]. Subsecretaria de Saúde - Gerência de Informações Estratégicas em Saúde CONECTA-SUS; 2022 Jul 18 [cited 2022 Oct 6]. Available from: https://www.saude.go.gov.br/files/conecta-sus/produtos-tecnicos/I%20-%202022/P%C3%B3lio%20-%20baixa%20cobertura%20vacinal%20e%20o%20risco%20iminente%20de%20novas%20infec%C3%A7%C3%B5es.pdf