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Asma: uma condição crônica de doença

A asma é a doença pulmonar que mais afeta as pessoas, e uma das doenças mais comuns no mundo, com cerca de 300 milhões de pacientes. Só no Brasil, são 20 milhões de asmáticos (isto significa quase 10% da população brasileira), destes entre 5% e 10% têm asma grave. Apesar desta prevalência, e de cada vez mais formas de controle e tratamento, 5 pessoas morrem de asma diariamente no Brasil, e 350 mil são internadas. 


A demora em conseguir um diagnóstico, aceitar este diagnóstico e aderir ao tratamento são alguns dos fatores que levam a tais números. Uma pesquisa feita pelo IPSOS/Casa Hunter descobriu que, no Brasil, pessoas adultas levam, em média, 4 anos para serem diagnosticadas com asma grave, enquanto as crianças levam um ano - com a estimativa de 7 crises/exacerbações no período pré-diagnóstico. Estes dados são, em si, um agravante, pois a tendência é a piora do quadro a cada exacerbação.


Para um diagnóstico e sua gravidade, são levados em consideração uma gama de fatores, como: frequência dos sintomas; quantidade de medicação necessária para controle dos sintomas; tolerância a exercícios físicos; quantidade de visitas ao consultório e pronto-socorro. 


Conforme estes critérios, a doença pode ser considerada grave, moderada ou leve. 


Com o diagnóstico, dá-se início a outro processo, a compreensão sobre a realidade da doença e a adesão ao tratamento. É importante que as pessoas diagnosticadas tenham em mente que a asma é uma doença crônica, portanto não tem cura. Porém, seguindo o tratamento corretamente, a grande maioria das pessoas pode ter uma grande qualidade de vida. O objetivo dos tratamentos é: a) evitar crises/ exacerbações b) controlar as crises. 


Muitas pessoas, no entanto, acreditam que o controle das crises é o suficiente, e tendem a abandonar o tratamento preventivo conforme o alívio dos sintomas. O tratamento de asma pode ser trabalhoso, é preciso utilizar o remédio corretamente, com a frequência e horário corretos. 


Muitas vezes é necessário mudar hábitos (fumo, exercícios físicos), manter um ambiente livre de gatilhos alérgenos como ácaros, pó, pelos de animais. A compreensão e cooperação de família e amigos também é indispensável. Tudo isso são fatores que contribuem para a não adesão ao tratamento, ou adesão apenas parcial.


Todas estas questões parecem simples ou lógicas quando se trata de saúde, porém também é parte do processo do paciente entender que nem sempre o são, compreender as dificuldades, bem como os riscos de negligenciar o tratamento, e assim agravar as crises e comprometer o pulmão com sequelas. A jornada da pessoa com asma pode passar por renúncias, adaptação, e persistência. Somente o acompanhamento médico pode determinar o prazo do tratamento, e é importante lembrar que cada caso é distinto do outro.  


Por fim, aceitar-se enquanto pessoa com uma doença crônica é um exercício necessário, para que a doença possa ser apenas um, entre tantos, aspectos da sua vida, e ela possa ser aproveitada com segurança, qualidade e minimizando os riscos.


Referências

https://www.programafazbem.com.br/blog/post/posso-abandonar-meu-tratamento-para-asma-se-nao-tiver-mais-crises

https://www.valemaissaude.com.br/materia/adesao-ao-tratamento-da-asma

https://www.estadao.com.br/emais/bem-estar/diagnostico-de-asma-grave-demora-em-media-4-anos-indica-pesquisa/

https://www.fundacaoproar.org.br/doenca?post=asma

BR-26509 - material destinado a todos os públicos | produzido em set/23